O véu que escondia quem eu sou de mim mesma
Caiu
Hoje enxergo o meu corpo, rabiscado, com carinho
E minha cabeça, tão agitada, com compreensão
Outrora perdida, me reencontrei
No entusiasmo de falar de montanhas
No abraço de alguém que diz que faço falta quando não tô por perto
Na admiração que desperto só sendo eu mesma
Em aparência-essência, indissociavelmente
Não é por retorno
Não é por ninguém
Não é por um objetivo final
O sublime que encontrei
Foi me sentir o suficiente
De uma forma inacabada
Mas ainda assim, satisfeita
Com a mulher que me tornei
(E que nunca deixei de ser)
Mas agradeço a cada inquietação
A cada extravasamento
Que despertaram no meu espírito
O que estava mal resolvido por dentro
Pois nunca foi sobre tempo ou duração
É sobre estar disposta e ter conexão
A quem veio, partiu ou ficou
Sobretudo a mim
Que nunca me abandonei
Despertei.
Aflorei.
E estou irradiando!
Para algumas coisas nascerem
É necessário deixar outras morrerem
E eu lidei com os esqueletos
Para depois resplandecer
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