domingo, 26 de setembro de 2021

São vocês que colocam meus pés no chão

Apesar da minha cabeça nas nuvens


São vocês que me fazem abaixar a cabeça e sentir a terra

Apesar de querer alçar os braços para cima e sentir o ar 


Vocês são as coordenadas geográficas para onde minha bússola aponta

Apesar de eu querer desbravar os cinco oceanos e os seis continentes

Minha crise chegava a cada sexta-feira

Ela me fazia reviver ou criar vivências 

Momentos de euforia, de risco, de medo

A minha vida estava em perigo?

A vida das outras pessoas estavam em perigo?


Até tentei experimentar, ver qual é

Beber como todo mundo bebe

Fumar igual todo mundo fuma...

Mas minha cabeça entrava em pane

Precisava me sentir segura


E buscava proteção

Madrugada afora

Não na minha casa

Que também era uma prisão


Entre a cruz e a espada

Entre toldos e tetos

O medo me invadia

Suor frio

Choro incessante

Taquicardia 


De tanto tentar me proteger

Como se me escondesse impedisse de sofrer

Me isolei, solitária

Aquele vazio de dentro

Em que pequenas tarefas diárias se tornam um peso...


Estou sozinha

Aqui, agora

Mas não mais solitária

Meu peito tá preenchido 

Com o mesmo amor que fornecia

Meu corpo tá acolhido

Com o mesmo afeto que eu acolhia

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

O eterno aprendiz carrega a humildade para onde quer que vá

Ele aprende infinitamente mais do que ensina

Porque quanto mais obtém

Mais sabe que tanto ainda existe

O aprendizado é uma estrada sem fim

Feita para apreciar o caminho 


- "Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa." (Sócrates)

Devagar...

Divagar...


O homem lento melhor apreende

Porque viver

Além de funcional

É contemplativo


Não é normal se sentir

Constantemente cansado

Obrigatoriamente disposto


Reconhecer o seu tempo

O seu ritmo

O seu processo

É ter respeito consigo

Vestida do conforto

Que é me abrigar em mim

 Desejo que lembrem de quem eu sou quando não tenho utilidade Quando não tenho nada a oferecer