sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Maravilhosa e amada

Certeza e errada

Da montanha a estrada


Brilhante e certa

Fachada e fechada

A porta aberta


Do intelecto ao alfabeto

Sem um caminho correto

Do sorriso mais esbelto


A flor do deserto

A chuva no céu coberto

Até o mar aberto


Professora de verdade

Do sertão a cidade

Na alma liberdade


(João Paulo)


terça-feira, 12 de outubro de 2021

Se você não veio de uma família saudável
Garanta que uma família saudável venha de você

(Autor desconhecido)

Tomo pra mim a missão de ser o oposto do que as condições atuais influenciam em ser

No cenário do egoísmo, solidariedade

Do desafeto, compreensão

Do ataque, misericórdia

Do pessimismo, perseverança

Da ganancia, humildade


- "Olho por olho e o mundo acabará cego." (Mahatma Gandhi)

Sobre a Terceira Perna em "A paixão segundo G. H.", de Clarice Lispector

    A Terceira Perna nos faz estáveis e organizados (para nós mesmos):
    "Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me encontrar. (...) Estou desorganizada por que perdi o que não precisava?"

    Quantos de nós estamos apoiados nessa terceira perna por medo de encarar que a "verdade" nos foge? Que somos covardes demais para nos perder e, por isso, concebemos uma realidade para nos sentir estáveis e organizados?
    "Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação".
    "Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? como é que explica que eu não tolere ver, só porque a vida não é o que eu pensava e sim outra - como se antes eu tivesse sabido o que era! Por que é que ver é uma tal desorganização?" 
    "É uma desilusão. (...) Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. No entanto se deveria dizer assim: ele está muito feliz porque finalmente foi desiludido. O que eu era não me era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. De meu próprio mal eu havia criado um bem futuro. O medo agora é que meu novo modo não faça mais sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo o que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade." 

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Ao ser ferido

Há dois caminhos

Tornar-se quem te feriu

Ou ser completamente o oposto

Para que ninguém sofra como você sofreu

E carregue os traumas como você carrega

E na mínima chance que tiver

Vai mostrar que não há dor, sofrimento

No lugar onde deveria ser afeto, acolhimento

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Nas desventuras da vida

Entre flertes e amassos

Me deparo com algumas atitudes

Demonstrando uma postura


Numa plena sexta-feira

Optar ver um vídeo engraçado no Youtube

Depois de transar

Com uma semi estranha


Trazer algo para comer

Uma arte recém elaborada

Perguntar "o que fez de bom?"

"Como tá você?"


Por que isso seria uma comunicação contratual-romântica

Ao invés de simples trato despretensioso 

Sob a dignidade para com o outro

Ainda que perdure uma madrugada


Um amigo alertou

"Isso é o mínimo"

E dei conta que meu parâmetro era distorcido

Depois de tantos ocorridos

Acostumei a não acostumar 

Para não sentir com ardor

O que é fluído no ar


Preciso reaprender 

Usando sentimentos saudáveis

Emoções benevolentes

Perspectivas mais abrangentes

De como lidar com o ser

Para sermos

Ainda que durante uma madrugada 

domingo, 3 de outubro de 2021

 Desejo que lembrem de quem eu sou quando não tenho utilidade Quando não tenho nada a oferecer