E nem por isso, deixei de brigar.
Os nervos aflorados, palavras que mais parecem tapas, socos e pontapés.
E nem assim, seja eu a que começava ou a que revidava
Nem assim
Parei de brigar.
Pela necessidade de defesa, usando de justificativa o ataque...
Sempre saía perdendo.
Se ainda fosse físico... sarava.
Mas a verdade é que toda briga deixou marca
Que talvez eu não merecesse o bem que me fizeram
De que aquele ali não era o meu lugar
E, pior, de que eu nunca fosse ser amada
A começar por eles
Justamente aqueles que rotineiramente brigava.
E cresci temendo brigas, evitandos brigas
E ao passo que crescia, percebi que de duas, uma:
Ou defendia o que acreditava, certo ou não
- A questão era mais me posicionar, por identificação com um pensamento ou sentimento
Ou me calava, me corroendo em raiva ou tristeza por dentro.
Os dois eram nocivos.
Escolher entre cuspir nos outros ou engolir o veneno.
Mas o pior das brigas sempre foi aquela sensação de chegar ao limite...
Que ironicamente, pra mim, sempre foi voltar do zero.
Seja com 13, 16 ou 23.
Em todo o conflito declarado, parecia que perdia.
Em tudo.
E me encontrava sozinha no mundo
Sem fazer ideia de como começar.
E é por isso que minhas crises vieram...
Porque elas trazem algo que tento maquiar com reafirmações de mérito, de auto-exigência nos mínimos afazeres e numa quase prontidão univeral...
Que não faço falta
Que sou descartável
Que sou difícil de amar