quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Sempre odiei brigas

E nem por isso, deixei de brigar.

Os nervos aflorados, palavras que mais parecem tapas, socos e pontapés.

E nem assim, seja eu a que começava ou a que revidava

Nem assim

Parei de brigar.

Pela necessidade de defesa, usando de justificativa o ataque...

Sempre saía perdendo.

Se ainda fosse físico... sarava.

Mas a verdade é que toda briga deixou marca

Que talvez eu não merecesse o bem que me fizeram 

De que aquele ali não era o meu lugar 

E, pior, de que eu nunca fosse ser amada

A começar por eles

Justamente aqueles que rotineiramente brigava.

E cresci temendo brigas, evitandos brigas

E ao passo que crescia, percebi que de duas, uma:

Ou defendia o que acreditava, certo ou não 

- A questão era mais me posicionar, por identificação com um pensamento ou sentimento

Ou me calava, me corroendo em raiva ou tristeza por dentro.

Os dois eram nocivos. 

Escolher entre cuspir nos outros ou engolir o veneno.

Mas o pior das brigas sempre foi aquela sensação de chegar ao limite...

Que ironicamente, pra mim, sempre foi voltar do zero.

Seja com 13, 16 ou 23.

Em todo o conflito declarado, parecia que perdia.

Em tudo.

E me encontrava sozinha no mundo

Sem fazer ideia de como começar.

E é por isso que minhas crises vieram...

Porque elas trazem algo que tento maquiar com reafirmações de mérito, de auto-exigência nos mínimos afazeres e numa quase prontidão univeral...

Que não faço falta

Que sou descartável 

Que sou difícil de amar

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