Escutar essa voz será decisório, um caminho sem volta, longo e solitário... E diferente dos discursos motivacionais, que ovacionam mulheres fortes ao mesmo tempo que as punem, nos isenta do direito de ser vulnerável.
É natural querer estar recolhida, pausar, sentir a ferida aberta, no seu tempo, cicatrizar... Não porque se é fraca, mas porque ninguém é forte o tempo todo, e nossa força, ainda que intensa, ainda que seja resistindo a dores inimagináveis com a sutileza que só uma mulher é capaz de suportar, calada... dando alguns sinais de estresse, de cansaço, de insegurança... E até nesse momento de esgotamento, nos privam de acalentar.
E o mundo não giraria se não fosse o magnetismo-magnetude da potência feminina. Mas essa deliberação, forçada, suga. A pompa do poder não tem o olhar feminino, a postura feminina, não é de costume abrir a coxia e mostrar quem realmente é protagonista. Mais que ator, mais que contra-regra ou diretor, é quem executa o roteiro e quem sustenta quem o escreve. E não é com a narrativa de mulher, ainda que estejamos presentes em cada cena, ainda que subjugada, sexualizada... Estamos ali.
Não perdemos o medo, mas nos posicionamos, ainda que com medo. Porque esse sentimento é prisão, mas a iniciativa é liberdade. É pensar: o que faço, e para o que faço, a quem beneficia?
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